A arte de viajar com sexo e as vantagens de sermos brasileiros


Nós, brasileiros, temos uma reputação internacional a nosso favor. É só não exagerar. 



Vocês sabem que vivo de olho em colunas, blogs dentre outros sites que sempre costumam falar de assuntos pelos quais eu me identifico e sempre que acho bacana tento compartilhar com vocês aqui no blog, nesse texto de Ivan Martins ele narra a interessante experiência que nos rodeia em viagens internacionais e/ou em conhecer estrangeiros, uma experiência favorável que nos dá pontos a mais nas conquistas, mas temos que tomar cuidado com o exagero, confira:

"Um jornalista chileno me disse uma vez que no mundo inteiro o sexo é pecado, enquanto no Chile é um milagre. Lembrei dessa piada ao chegar esta semana para um longo período de trabalho em Buenos Aires.
 Sexo no Brasil acontece com uma naturalidade que não parece se reproduzir em outras partes, muito menos na Argentina. Estaríamos, então, nós, brasileiros, fadados a compartilhar a experiência do sexo apenas com mulheres do nosso país – e a voltar para casa de nossas viagens sem nada para contar? Acho que não.

Assim como as mulheres brasileiras, nós também temos uma reputação internacional. Quando você sorri para uma mulher no exterior e diz que é brasileiro, algumas ideias se projetam na mente dela, e não é Pelé saltando para comemorar um gol na Copa de 70. Há uma coisa erótica que nos precede, gostemos ou não.

Faz uns anos, eu estava num restaurante em Nova York, com a minha então mulher, e a cantora da casa perguntou de onde éramos. Quando eu disse “Brasil”, a moça girou os olhinhos, pôs a mão no quadril e repetiu, bem lentamente, ao microfone: “Ohhhh, Braaaaaziiiillllll!”. Em que será que ela estava pensando? Sexo, claro. Com isso em mente, talvez seja possível aproveitar eroticamente as viagens ao exterior – tomando alguns cuidados.
O essencial é agir sem afoiteza. Quando você já tem reputação internacional de sem-vergonha, não precisa e não deve forçar a barra. Aproxime-se, converse, seja simpático e deixe o interesse da moça fazer o resto. Agressividade sexual fora de casa não é bem-vinda. As estrangeiras – eu percebi – têm outro ritmo, e isso não tem nada a ver com liberação sexual. As europeias são sexualmente mais livres que as brasileiras, mas seus hábitos são outros. Elas não se sentem pressionadas a transar, como acontece com muitas garotas no Brasil. O sexo vai acontecer quando ela estiver pronta, não antes. E às vezes nem acontece. Você conversa, passeia em lugares lindos, dá uns beijos românticos e fica nisso. É o caso de reclamar? Não acho.

Um erro comum cometido pelos brasileiros no exterior é tentar parecer gringos. O sujeito se veste, fala e se comporta para mostrar que é mais americano que os americanos e mais inglês que os ingleses. Ao agir como papagaio sem identidade, perde seu diferencial competitivo. O que atrai as estrangeiras é nossa originalidade, nosso traço cultural, nosso jeito – além da compleição mestiça e morena, que agrada mais do que a gente imagina. Por que trocar essas vantagens naturais pela condição duvidosa de aspirante a estrangeiro? Não faça isso. Seja você mesmo. Não precisa dançar samba, jogar futebol ou parecer mais sorridente do que você é. Não tem de encarnar um personagem exagerado e falso de brasileiro, correndo o risco de parecer ridículo. Basta ser tranquilo e atencioso com as mulheres e confiar no seu próprio charme. Ele funciona.

Outro dia, vi um filme francês chamado Samba em que um árabe se fazia passar por brasileiro em Paris, para pegar mulheres. Era ficção, uma comédia, mas reforça o que estou tentando dizer: nós, brasileiros, temos uma reputação no exterior que joga a nosso favor. Basta agir com calma e naturalidade durante as viagens. O resto acontece, até no Chile."




Por Ivan Martins (GQ Brasil)

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ABOUT THE AUTHOR

Brasileiro, do interior de Minas, leonino nato, fashion blogger, criador e autor do blog ESNOBE. Ex-estudante de Direito fugiu para o mundo dos blogs e da moda para estimular o pensamento das pessoas que assim como ele se interessam pelos mesmos assuntos.

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